Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
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Sansoni7
filipe cunha
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Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
Dom 05 Dez 2021, 21:23
Saudações!!!
Está na hora de apresentar os meus mais recentes troféus de caça.
Abraham Favre surge pela primeira vez referenciado como mestre relojoeiro num documento datado de 13 de Março de 1737, quando decide registar oficialmente a sua oficina. O nome desta, se tivesse algum, seria muito provavelmente "Favre". Nascia assim uma marca mítica.
Desde o início Abraham Favre concentra os seus esforços no aprimoramento tecnológico das suas peças, empregando sempre materiais de superior qualidade e apostando na excelência da manufactura. Em 1749 vê a sua dedicação e mestria reconhecidos, quando lhe foi concedido o título de "Maître Horloger du Locle" (mestre relojoeiro de Locle).
Durante parte da sua vida profissional Abraham Favre trabalhou em estreita colaboração com o seu genro, Jacques-Frédéric Houriet (1743-1830), também ele um grande artesão, considerado como o pai da cronometria suíça.
Sob a excelência artística e técnica dos Favre, combinada com a visão comercial e empreendedora dos Leuba, a empresa floresceu como nunca, tanto na Suíça como além fronteiras, ganhando ao longo do processo uma reputação internacional.
Fritz Favre dá continuidade à estratégia expansionista de seu pai nos mercados europeus, americanos e asiáticos.
Além das conquistas comerciais, os seus relógios iam somando numerosas participações e prémios nas exposições nacionais e internacionais: Londres (1851), Nova York (1853), Paris (1855), Berna (1857), Porto (1865), etc.
Nos inícios da segunda metade do século XIX, o mercado europeu começava a esfriar. Ciente disso e reconhecendo o potencial do mercado indiano, Fritz Favre viaja em 1865 e 1867 para a Índia com o intuito de lançar a sua marca no mercado do subcontinente. Torna-se no primeiro fabricante suíço a fazê-lo, obtendo rapidamente lucros, com a Índia a tornar-se num importante mercado de exportação para a marca.
Em 1896, movidos pela crescente reputação e fama internacional da cidade, a Favre-Leuba decide mudar a sua sede para Genebra.
Em 1908, Henri-Adrien Favre-Leuba assume os comandos da empresa.
Aproveitando uma relação próxima de amizade com George Favre-Jacot (fundador da Zenith), Henri-Adrien, que já se encontrava bem estabelecido em Bombain, assume a distribuição dos relógios Zenith na Índia e em Burma. Durante esta longa cooperação, que durou até à década de 1960, vários relógios, em particular cronómetros de gama alta, ostentavam o nome das duas empresas.
Está na hora de apresentar os meus mais recentes troféus de caça.
Os modelos Sea King e Datic da Favre-Leuba.
Peço desculpa pelas fotos, não sei o que se passa.
Peço desculpa pelas fotos, não sei o que se passa.
Ou é da luz de inverno ou estou a perder qualidades
Foi uma caçada e tanto, num terreno difícil e povoado de predadores, nomeadamente Franken Watches e Mumbai Special.
São duas peças produzidas por um fabricante suíço pouco conhecido, mesmo entre os entusiastas dos medidores de tempo, mas que tem o privilégio de ser a segunda mais antiga marca de relógios do mundo. Registada em 1737, apenas 2 anos depois da Blancpain.
Dona de uma história rica, com ligações a marcas importantes como a Bovet, Jaeger-LeCoultre, Vacheron Constantin, etc.
O ÍNICIO
Tudo começou em 29 de Março de 1718, quando Abraham Favre (1707-1790), morador em Le Locke, uma pequena vila suíça no cantão de Neuchâtel e epicentro da industria relojoeira, estabelece um contracto com o mestre relojoeiro Daniel Gagnebin, em que este se compromete a ensinar ao jovem Abraham Favre a arte do ofício por um período de 3 anos.
"O sr. Favre compromete-se a fornecer ao sr. Gagnebin alojamento em sua casa em La Chaux-de-Fonds, concedendo-lhe o usufruto de um quarto equipado com os móveis necessários, como uma cama com roupa de cama adequada, cadeiras e uma mesa com toalha de mesa e guardanapos, bem como uma mesa e móveis de cozinha, tudo de acordo com as necessidades e desejos de sr. Gagnebin, ele também lavará sua roupa e a sua cozinha, fará pão para ele, varrerá e arrumará o seu quarto, fará a sua cama, limpará e engraxará os seus sapatos e fornecerá lenha e velas. Por último, as partes concordaram com quatro libras por ano. Em troca, o sr. Gagnebin porpôs-se ter pronta até ao Verão uma bela bancada de trabalho feita para o sr. Favre, em que eles possam trabalhar juntos na arte da relojoaria."
Abraham Favre surge pela primeira vez referenciado como mestre relojoeiro num documento datado de 13 de Março de 1737, quando decide registar oficialmente a sua oficina. O nome desta, se tivesse algum, seria muito provavelmente "Favre". Nascia assim uma marca mítica.
Desde o início Abraham Favre concentra os seus esforços no aprimoramento tecnológico das suas peças, empregando sempre materiais de superior qualidade e apostando na excelência da manufactura. Em 1749 vê a sua dedicação e mestria reconhecidos, quando lhe foi concedido o título de "Maître Horloger du Locle" (mestre relojoeiro de Locle).
Durante parte da sua vida profissional Abraham Favre trabalhou em estreita colaboração com o seu genro, Jacques-Frédéric Houriet (1743-1830), também ele um grande artesão, considerado como o pai da cronometria suíça.
Jacques-Frédéric Houriet
Abraham Favre morre em 1790, aos 88 anos. Após a sua morte o seu filho Abraham Favre "júnior" passa a comandar os destinos da empresa familiar. Em 1 de Outubro de 1792, em parceira com os seus filhos Fréderic e Henry-Louis, funda a "A. Favre & Fils".
Tal como o seu pai, Abraham Favre "júnior" é obcecado pelo aprimoramento tecnológico dos seus relógios, filosofia que a empresa continua a seguir até aos dias de hoje.
CRESCIMENTO E EXPANSÃO
O ano de 1814 foi de grandes mudanças. Henry-Auguste Favre, filho de Frédéric Favre e consequentemente a 4.ª geração desta família de relojoeiros, estabelece uma parceria com Auguste Leuba, comerciante de relógios de Val-de-Travers. Consequência desta união seria o rebaptizar da empresa como "Manufacture d'Horlogerie, Favre-Leuba & Co.".
Henry-Auguste Favre
Sob a excelência artística e técnica dos Favre, combinada com a visão comercial e empreendedora dos Leuba, a empresa floresceu como nunca, tanto na Suíça como além fronteiras, ganhando ao longo do processo uma reputação internacional.
A partir de 1820, Henry-Auguste Favre empreende uma série de viagens, desde a Alemanha até à Rússia, passando por Cuba, Nova York, Brasil e Chile - com o objectivo de internacionalizar o seu negócio e estabelecer os seus relógios nos mais diversos mercados.
Em 1855, Fritz Favre, filho de Henry-Auguste, estreita ainda mais os laços entre as duas famílias, ao casar-se com Adèle-Fanny Leuba e adoptando o nome Favre-Leuba.
Fritz Favre
Fritz Favre dá continuidade à estratégia expansionista de seu pai nos mercados europeus, americanos e asiáticos.
Além das conquistas comerciais, os seus relógios iam somando numerosas participações e prémios nas exposições nacionais e internacionais: Londres (1851), Nova York (1853), Paris (1855), Berna (1857), Porto (1865), etc.
No Porto ganharam uma medalha igualzinha a esta, mas em ouro
Favre-Leuba dos finais do séc. XIX
Em 1896, movidos pela crescente reputação e fama internacional da cidade, a Favre-Leuba decide mudar a sua sede para Genebra.
Em 1908, Henri-Adrien Favre-Leuba assume os comandos da empresa.
Henri-Adrien Favre-Leuba
Aproveitando uma relação próxima de amizade com George Favre-Jacot (fundador da Zenith), Henri-Adrien, que já se encontrava bem estabelecido em Bombain, assume a distribuição dos relógios Zenith na Índia e em Burma. Durante esta longa cooperação, que durou até à década de 1960, vários relógios, em particular cronómetros de gama alta, ostentavam o nome das duas empresas.
Os anos a seguir à Segunda Grande Geurra foram de grandes dificuldades. Embora pudesse ainda contar com a forte e estável presença no mercado indiano, a empresa viu a sua posição e relevância diminuir noutros mercados.
Henry-A. Favre-Leuba (7.ª geração à frente dos destinos da empresa), estabeleceu um plano. Reforçou a sua posição no mercado indiano abrindo novas sucursais, primeiro em Mumbai e depois em Bombaim e suspendeu a criação de movimentos "in-house", apostando na montagem de relógios de precisão finamente regulados.
Henry-A. Favre-Leuba
"A watch for the Tropics is a watch for all climates"
... lá isso é verdade.
A pouco e pouco, a empresa foi recuperando a sua posição nos mercados, primeiro na Suíça, depois na Europa, América e África. E finalmente em 1955, com o lançamento do calibre FL101, voltava a produzir movimentos próprios para uso exclusivo.
Em 1957 surgia o calibre FL102 com calendário, usado nos modelos "Datic". Logo de seguida surgiam os calibres automáticos FL103 e FL104, equipados com ou sem calendário.
A década de 1960 seria a era dourada da Favre-Leuba no século XX.
Em 1962 surge o lendário BIVOUAC, o primeiro relógio de pulso com barómetro aneroide incorporado, que para além de indicar as horas fornecia medições da altimetria e pressão atmosférica.
Modelo Bivouac da década de 1960.
Primeiro relógio mecânico do mundo com um barómetro aneroide integrado.
Primeiro relógio mecânico do mundo com um barómetro aneroide integrado.
O modelo tornou-se rapidamente numa ferramenta indispensável a qualquer aventureiro, tendo participado em diversas expedições importantes da época.
Também em 1962 surgia o calibre FL 251. Um calibre extra fino (2,95 mm), com duplo tambor de corda, ponteiro central e com reserva de marcha para 50 horas. Na altura do seu lançamento foi extraordinariamente revolucionário, estando várias décadas à frente do seu tempo.
Calibre FL 251 no Favre-Leuba Sea King
Em 1968 surgia outro ícone da marca, o modelo BATHY. O primeiro relógio mecânico do mundo capaz de indicar a hora bem como a duração e a profundidade do mergulho.
Antigos modelos Bathy.
Apesar de ter sido uma das primeiras empresas a apresentar relógios de quartzo nos seus catálogos, a Favre-Leuba acabaria por sucumbir ao "tsunami" de relógios baratos vindos do oriente.
Perante a crise que assolava toda a industria relojoeira suíça nas décadas de 1970/80, a família viu-se obrigada a vender a empresa em 1985. Depois de ter passado por vários donos, foi finalmente adquirida em 2011 pelo Grupo TATA. A sede da empresa foi transferida para a cidade suíça de Zug e a marca relançada em 2012.
Novo modelo Bivouac
Paralelamente e de forma independente, Laurent Favre (10.ª geração de relojoeiros da família Favre) lança em 2019 a nova A. Favre & Fils.
FIM DA PRIMEIRA PARTE
No próximo capitulo iremos abordar algumas parcerias que a Favre-Leubra estabeleceu com outras marcas e falar um pouco do famoso calibre FL251 do meu Sea King.
Locutus sum
Algumas fontes consultadas:
https://favre-leuba.blogspot.com/
https://www.yourwatchhub.com/favre-leuba/history-of-favre-leuba/
https://www.uhrenkosmos.com/favre-leuba-uhren-und-ihre-geschichte/
http://www.uhrenpaul.eu/Uhrenseite/Unterseiten/Subseite_Favre-Leuba.php
https://www.firstclasswatches.co.uk/blog/2020/06/the-history-of-favre-leuba-watches/
https://www.watchpro.com/one-of-the-worlds-oldest-watchmakers-faces-uncertain-future-as-owner-calls-time-on-investment/
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- filipe cunha
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Re: Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
Dom 05 Dez 2021, 22:17
"Foi uma caçada e tanto, num terreno difícil e povoado de predadores, nomeadamente Franken Watches e Mumbai Special."
Eu em tempos estive para comprar a um vendedor europeu, 3 modelos da Favre Leuba, mas depois de muita leitura na época, desisti, pois era dificil a avaliação entre um verdadeiro e os Franken Watches e Mumbai Special
Eu em tempos estive para comprar a um vendedor europeu, 3 modelos da Favre Leuba, mas depois de muita leitura na época, desisti, pois era dificil a avaliação entre um verdadeiro e os Franken Watches e Mumbai Special
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- Sansoni7
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Re: Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
Seg 06 Dez 2021, 08:20
Obrigado pela partilha.
tenho um exemplar da marca....oxalá seja original...
tenho um exemplar da marca....oxalá seja original...
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- m84Moderador
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Re: Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
Seg 06 Dez 2021, 10:10
Muito bem @SquareWatch, parabéns pelas compras! Sempre informativo e interessante estes teus posts.
A Favre-Leuba vintage é de facto um campo minado nos dias de hoje, mas ainda dá para encontrar umas coisas bem giras e certamente a bons preços, como o que está aqui presente.Tem uma história interessante com uns modelos muito prórprios, mas infelizmente as versões atuais acabam por ser um pouco trambolhos. Já estive com uns dos novos no pulso e não há duvida que têm presença, mas...!
Obrigado pela partilha!
Ps.
Pergunta ligeiramente off-topic, não dá para colocar as fotos maiores? Quase nem se vê bem os relógios!
A Favre-Leuba vintage é de facto um campo minado nos dias de hoje, mas ainda dá para encontrar umas coisas bem giras e certamente a bons preços, como o que está aqui presente.Tem uma história interessante com uns modelos muito prórprios, mas infelizmente as versões atuais acabam por ser um pouco trambolhos. Já estive com uns dos novos no pulso e não há duvida que têm presença, mas...!
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Pergunta ligeiramente off-topic, não dá para colocar as fotos maiores? Quase nem se vê bem os relógios!
- bladerunner68
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Re: Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
Qua 08 Dez 2021, 11:18
Parabéns, @SquareWatch excelente síntese sobre esta histórica marca
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- BELMONDO
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Re: Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
Qua 08 Dez 2021, 13:00
Parabéns SquareWatch, gostei imenso do teu trabalho e fico a aguardar pela 2ª parte, 3ª, 4ª, etc.
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- JPP
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Re: Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
Qua 08 Dez 2021, 14:26
@SquareWatch, já tinha saudades destas tuas investigações!
Assim até dá mais gosto procurar e encontrar bichinhos antigos, muito bom, obrigado pela partilha!
Assim até dá mais gosto procurar e encontrar bichinhos antigos, muito bom, obrigado pela partilha!
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- SquareWatch
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Re: Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
Qui 09 Dez 2021, 23:43
m84 escreveu:Ps.
Pergunta ligeiramente off-topic, não dá para colocar as fotos maiores? Quase nem se vê bem os relógios!
Estou a guardar as imagens para os próximos capítulos.
Ando com dificuldade em tirar fotografias em condições. Tenho de comprar ou fazer uma "light box". Cá em casa fotografar com luz natural durante o inverno não dá muito bom resultado.
Infelizmente não guardei as imagens do "Datic" .
Mas deixo uma imagem do "Sea King" tirada pelo vendedor.
O mostrador é prateado com um efeito "sunburst".
O segredo contra os "Mumbai special" e os "Franken":
- Nada de mostradores com cores garridas;
- Verificar sempre a qualidade das inscrições no mostrador.
Queremos linhas finas e bem delineadas; - Logótipo da marca deve ser em metal.
Há algumas excepções por isso o melhor é investigar primeiro e em caso de dúvida rejeitar os relógios com logótipo impresso; - O relógio deve ter uma coroa assinada.
Alguns modelos mais antigos podem não ter coroa assinada (como no meu Datic), mas nos relógios mecânicos mais recentes é quase imperativo ter. Tal como nos mostradores é uma questão de investigação; - Localização do vendedor não é garantia de autenticidade.
Por exemplo, para ter a certeza que o "Datic" tinha uma coroa de origem tive de investigar na net por várias fotos do mesmo modelo e só descansei quando encontrei num anúncio um relógio com uma coroa igual.
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- JPP
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Re: Dois FAVRE-LEUBA e 284 anos de história
Sex 10 Dez 2021, 09:54
São boas dicas, eu sigo-as sempre, mas mesmo assim, às vezes, mete-se o pé na argola!
Mas a verdade é que dos anos 70 para trás não era comum, como é hoje, as coroas serem assinadas, em grande parte das marcas e em relógios para consumo daquela era! E, felizmente, também não existiam as "chinesisses" de hoje, acho que o perigo era só mesmo ao nível dos "Mumbais special"!
Mas a verdade é que dos anos 70 para trás não era comum, como é hoje, as coroas serem assinadas, em grande parte das marcas e em relógios para consumo daquela era! E, felizmente, também não existiam as "chinesisses" de hoje, acho que o perigo era só mesmo ao nível dos "Mumbais special"!
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